
Nova cepa de Mpox é isolada em São Paulo. E agora?
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Na última semana, pela primeira vez um subtipo novo do vírus Mpox, o Clado 1B, foi identificado no Brasil. Essa cepa tem chamado a atenção da vigilância epidemiológica mundial desde 2024 pois, quando surgiu na República Democrática do Congo (RDC), provocou uma explosão nos casos da doença e mortes naquele país.
Se você pensou já em ficar desesperado com essa notícia, pode parar. Acredite, a chegada do Clado 1B ao Brasil já era esperada por epidemiologistas. Não era uma questão de “se”, mas de “quando” isso aconteceria.
O primeiro caso foi o de uma jovem de 29 anos natural da RDC e atualmente moradora da cidade de São Paulo, que recebeu recentemente a visita de parentes vindos do seu país de origem. A paciente se encontra bem e se recuperando da infecção, e em breve terá alta do hospital onde foi internada com o objetivo de evitar a transmissão do seu vírus para outras pessoas.
Esse cuidado todo existe porque, na África, o Clado 1B foi associado a um maior risco de transmissão entre humanos e a formas mais graves da doença. No entanto, segundo a Organização Mundial da Saúde, em nenhum dos outros 17 países fora do continente africano em que a cepa já foi isolada houve aumento de casos de Mpox e nem tampouco de mortes por essa infecção.
Assim, como no Brasil, em absolutamente todos os países fora do continente africano, os casos isolados do Mpox Clado 1B foram relacionados com viajantes da África, não tendo sido iniciada em nenhum deles a transmissão comunitária a partir dessa nova cepa isolada.
Este cenário mais favorável de baixa transmissão e ausência de mortes, diferente daquele encontrado na África, pode ser explicado por dois motivos. Primeiramente, pela provável melhor vigilância epidemiológica e rastreamento realizado de contatos de cada um dos casos isolados. Mas também, devido à melhor assistência à saúde prestada aos casos que têm alguma gravidade.
No Brasil, a Secretaria da Saúde do estado de São Paulo e o Ministério da Saúde estão acompanhando de perto o primeiro caso identificado e não há sinais, até agora, de casos secundários suspeitos.
Se você quiser ajudar nesse trabalho de vigilância epidemiológica, divulgue essas informações e fique atento aos possíveis sintomas de uma infecção por Mpox: febre, dor de cabeça e aumento dos gânglios/ínguas, seguidos do surgimento de lesões de pele.
Na dúvida, procure um profissional da saúde.