
Não tenha vergonha de descobrir que está com uma IST
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O diagnóstico de uma infecção sexualmente transmissível (IST) pode ser uma situação estressante para muita gente, e grande parte desse stress vem da vergonha que as pessoas têm desse tipo de infecção e do medo que o seu entorno saiba dela.
No imaginário popular, as ISTs são entendidas como o resultado de um comportamento de um indivíduo tido como errado pela sociedade. Não é à toa que ainda hoje ouvimos comentários como “Fulano pegou HIV porque era gay” ou ainda “Como eu peguei sífilis se eu não sou promíscuo?”.
Mas será que esse estigma que acompanha as ISTs faz sentido?
Na minha opinião, não só não faz, como ainda por cima hoje ele é uma das maiores barreiras que enfrentamos para conseguir reduzir os novos casos dessas infecções no Brasil e no mundo.
Como o próprio nome diz, ISTs são infecções que podem acontecer com quem tem uma vida sexualmente ativa, e não com quem “fez coisa errada”. E por isso, tê-las no radar e na rotina do cuidado com a sua própria saúde são coisas que deveriam valer e estar na cabeça de qualquer pessoa que tenha relações sexuais, não importando com quem ou quantos forem, o seu estado conjugal e nem se a pessoa tem ou não algum sintoma diferente.
Algumas ISTs podem não causar sintomas e ainda assim mantendo sua transmissibilidade e o risco de acometer sua saúde. No entanto, o estigma citado acima afugenta a população desse tema, levando muitas pessoas a simplesmente ignorá-lo por se considerarem “pessoas do bem e corretas”.
O resultado disso pode ser muito ruim, levando ao diagnóstico tardio de ISTs, privando indivíduos da possibilidade de tratamento eficaz, precoce e, na maior parte das vezes, curativo.
Assim, ignorar a existência das ISTs definitivamente não é uma atitude recomendada para uma pessoa sexualmente ativa.
Para não cometer esse erro, o plano é simples. 1. Conheça bem todos os métodos de prevenção que compõe a Prevenção Combinada, tais como preservativo, PrEP, PEP e vacinação; 2. Encontre os métodos que você consegue usar de forma consistente na sua vida; 3. Tenha uma rotina de testagem para ISTs, no mínimo uma vez por ano; 4. Esteja com a vacinação sempre atualizada; e 5. Espalhe essas dicas com quem você gosta para ajudar a eliminar o estigma que existe sobre as ISTs.
Dessa forma, a vida sexual de todas as pessoas pode ser melhor e mais saudável.