Estudo mostra que PrEP com consulta online e delivery é tão boa quanto a presencial

Estudo mostra que PrEP com consulta online e delivery é tão boa quanto a presencial

Depois que uma pessoa começa a tomar PrEP e fazer o seu acompanhamento, um dos questionamentos mais comuns que ouço é “Por que eu preciso de tantas consultas de seguimento?”.

De acordo com o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas do Ministério da Saúde, o documento que orienta como deve ser o acompanhamento de indivíduos em PrEP, depois de uma consulta inicial em que é dispensado um frasco de 30 comprimidos da PrEP, a consulta seguinte será após um mês e, daí em diante, a cada quatro meses.

Os maiores argumentos para a realização de três consultas de PrEP ao ano sempre foram a necessidade de testagem para o HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), e o aconselhamento para se garantir a adesão adequada aos comprimidos da profilaxia.

Recentemente, um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de Amsterdam, na Holanda, se propôs a avaliar se estes argumentos realmente justificam a periodicidade proposta para o seguimento da PrEP.

No estudo, as pessoas que iniciavam a PrEP eram sorteadas para realizarem o seu acompanhamento em consultas presenciais no serviço de saúde ou em teleconsultas pelo celular, e em seguida eram também sorteadas para retornarem em consultas a cada 3 ou a cada 6 meses.

Aqueles que ficavam nos grupos de tele-acompanhamento recebiam os pedidos dos exames de rotina que eram coletados em laboratórios credenciados, e recebiam os comprimidos da PrEP entregues em suas casas. 

Depois dos primeiros 6 meses de acompanhamento, as teleconsultas por vídeo para esses participantes passavam a ser opcionais, havendo alternativamente a possibilidade de se fazer todo o seguimento digital por meio de mensagens.

O objetivo principal do estudo era avaliar se a mudança no tipo e na periodicidade do acompanhamento de PrEP poderia influenciar na adesão aos comprimidos e na incidência das outras ISTs. 

Em seus resultados apresentados no mês passado durante a 32ª Conferência de HIV (CROI) em São Francisco, nos Estados Unidos, o estudo mostrou que o acompanhamento online e semestral atinge os objetivos da PrEP com a mesma eficácia que o presencial trimestral.

Segundo as diretrizes atuais da Organização Mundial da Saúde (OMS), os serviços de saúde devem levar em conta as preferências dos seus usuários para poderem assim prestar um atendimento mais completo e eficiente, especialmente no âmbito da prevenção do HIV e outras ISTs.

Dentro desse raciocínio, aqui no Brasil o Ministério da Saúde determinou que a partir do final de 2024 os usuários de PrEP que completassem um ano de acompanhamento sem atrasos nas retiradas do medicamento (3 dispensações de 4 meses de PrEP cada) poderiam passar a retirar 6 meses de comprimidos. Tal mudança, no entanto, ainda não começou a ser praticada por motivos de estoque insuficiente de comprimidos de PrEP, segundo as farmácias.

Por outro lado, já se encontram em atividade no país algumas experiências bem-sucedidas de tele-acompanhamento de PrEP e de PEP que oferecem o delivery de autoteste de HIV e dos medicamentos das profilaxias no endereço escolhido pelo usuário. 

Para saber mais sobre esse serviço, visite VenLibre.com (@venlibreoficial).

Em resumo, quanto mais diferentes formas de acesso à prevenção combinada existirem, melhor será a resposta brasileira à epidemia de HIV/Aids.

 

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