Ainda sobre o medo: comportamentos compulsivos

Ainda sobre o medo: comportamentos compulsivos

Ainda sobre o medo: comportamentos compulsivos

Quando sentimos medo, nós nos comportamos sob controle dessa emoção. E no campo das infecções sexualmente transmissíveis isso acarreta em comportamentos muito específicos. Vejamos.

Você talvez conheça alguém, ou seja você mesmo essa pessoa, que por estar com muito medo de infecções passou a realizar testagens para HIV e outras ISTs com intervalos muito curto de tempo ou em diversos laboratórios distintos sem conseguir confiar nos resultados apresentados. E isso acontece não por falta de instrução e conhecimento. Isso acontece porque o excesso de medo faz com que as informações não possam ser processadas de forma racional em nossa experiência subjetiva. 

Não importa quão seguras as informações apareçam em buscadores online, ou que infectologistas e profissionais da saúde atestem o resultado clínico. Mesmo com conhecimentos básicos sobre prevenção, ISTs e HIV,  o cérebro insiste na ideia: “este resultado está errado” e, na busca por tentar lidar com isso, alguns comportamentos aparecem:

  • mais exames são feitos;

  • mais consultas com profissionais da área são agendadas;

  • mais buscas por sintomas em buscadores online;

  • monitoramentos excessivos do próprio corpo;

  • uma dúvida constante se houve rompimento da camisinha;

  • descrença na eficácia da PrEP e da PEP;

  • entre outros sintomas. 


Esta compulsão comportamental faz parte de um conjunto complexo que acontece também por fatores culturais. Mesmo que as ciências farmacológicas e terapêuticas tenham avançado profundamente nos cuidados às pessoas vivendo com HIV e outras ISTs nos últimos anos, a cultura sobre estes acometimentos de saúde ainda é a do medo e ainda assusta a maioria da população. Valendo ainda mencionar que temos uma ausência em mídias de forma geral sobre tecnologias modernas de prevenção e cuidado como PrEP, PEP e TARV. É preciso falar mais sobre isso, publicizar ideias de prevenção combinada, para além unicamente do uso de preservativos. 

Você ou alguém que você conhece já passou por isso? O aconselhamento psicológico pode ajudar. Considere a busca por serviços qualificados e livres de julgamentos morais. 


Dr. Lázaro Castro é psicólogo clínico (CRP-08/20085), doutor em Psicologia Clínica e Cultura pela UnB e presta serviço de aconselhamento psicológico na área de ISTs e prevenção combinada na VenLibre. Sente que precisa de ajuda nessa área? Agende uma consulta.

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